quinta-feira, 16 de julho de 2009
Construção em tempo recorde na Providência
Projeto Cimento Social é retomado em ‘competição’ na comunidade do Centro do Rio. Operários ergueram três casas em apenas três dias
Rio - Três casas construídas em apenas três dias na ‘velocidade 5’. A proeza, conquistada em uma gincana com o suor de 90 homens, é o cartão de visita na tentativa de convencer o governo federal a voltar a investir no projeto Cimento Social, que visa a recuperar e a construir unidades habitacionais no Morro da Providência. Ali, nasceu a primeira das 968 favelas do Rio de Janeiro.
Na retomada do projeto, serão entregues amanhã as três primeiras casas. Três equipes de 30 homens disputaram para ver quem terminava primeiro a residência. São unidades de 60 metros quadrados de dois andares, com sala, cozinha e banheiro no primeiro piso e dois quartos, no segundo. Um dos dormitórios pode ser dividido em dois cômodos. O melhor para a família que vai ocupar o imóvel é que toda a mobília vem junto: armários planejados, cozinha e móveis.
O objetivo é sensibilizar o Ministério das Cidades. “Estou levando a nossa ideia ao ministro (das Cidades) Márcio Fortes, e acho inclusive que pode ser adotada no programa ‘Minha casa, minha vida’, do governo federal”, disse o senador Marcelo Crivella (PRB), durante visita realizada ontem para conferir os arremates finais nas residências. Os beneficiados com as primeiras casas serão anunciados na hora.
Ainda não estão definidas, após a entrega das três casas, quais serão as áreas atingidas. “Começamos novas etapas. Vamos identificar locais de maior necessidade para fazer as intervenções”, promete.
Cada casa, na subida da Providência, custou R$ 50 mil e foi construída em placas de argamassa. O dinheiro, segundo Crivella, veio dos direitos autorais pela venda de seus CDs e DVDs. Ele é cantor gospel.
O senador destaca o avanço social, bem além das paredes de argamassa. Acentua que cem pessoas receberam treinamento para atuar da fundação ao telhado. “É bom ressaltar que toda a mão de obra é local. Estamos trabalhando com algumas pessoas que antes trabalhavam com o tráfico e agora estão lutando com carteira assinada para mudar de vida”, afirma ele, que viajou ontem para visitar o vice-presidente José Alencar, em tratamento contra o câncer em São Paulo.
O Cimento Social estava parado desde junho do ano passado por decisão da Justiça Eleitoral. O TRE autorizou na época que as obras de reforma fossem concluídas só em mutirão. Foram reformadas 55 casas.
A proibição de continuidade das obras ocorreu logo depois da morte de três jovens. Militares do Exército, que garantiam a obra desde dezembro de 2007, foram acusados de prender e entregá-los a bandidos do Morro da Mineira, comunidade rival.
Há dois meses, o projeto ergueu residência modelo na Providência e a entregou a família que estava com o barraco em ruínas. As três novas unidades seguem o padrão. “Há casas que não adiantam ser reformadas. Precisam ser jogadas no chão e reconstruídas. Para isso, desenvolvemos tecnologia. São 72 horas de trabalho e um sonho realizado”, finaliza.
A PRIMEIRA CONTA BANCÁRIA
Trabalhadores da força-tarefa vibram com melhorias
Três equipes de 30 homens correram contra o tempo para concluir as casas. Até ontem à tarde, a Azul liderava com pequena vantagem sobre a Verde e a Vermelha. A que terminar a obra primeiro receberá uma surpresa.
A Favela da Providência surgiu no mapa em 1898. Mil pessoas que ocupavam o cortiço Cabeça de Porco, que fora demolido, resolveram reconstruir os primeiros barracos no morro.
“Muitos trabalhadores que contratamos na obra nunca tiveram conta bancária”, surpreende-se Vander Dantas, coordenador da força-tarefa.
O servente Reinaldo Ramos, 30, vivia há dois anos de biscates. “Quero progredir e me tornar um bom pedreiro”, conta ele, que se comove com as melhorias nas casas dos vizinhos. “Quem chega à Rodoviária Novo Rio e olha o morro vê que ele já tem outro aspecto”, orgulha-se.
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