sexta-feira, 30 de setembro de 2011

O RIO COM CABRAL: Segundo mandato de Cabral: avanços na segurança em meio a crises na polícia

Sérgio Cabral no Forum Economico Mundial, em abril (Foto Marcos Tristão / Agência O Globo)
RIO - Apesar dos avanços obtidos com a pacificação e a expressiva redução dos índices de criminalidade, a área de segurança pública tem se mostrado a mais sensível desde o início do primeiro mandato de Sérgio Cabral, em 2007, devido a sucessivas crises nas polícias Civil e Militar. Em quatro anos, a PM chega ao quarto comandante-geral e a Polícia Civil já está no terceiro chefe - embora o secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, continue à frente do cargo, levando adiante o seu elogiado projeto das UPPs. A execução com 21 tiros da juíza Patrícia Acioli mostrou que o crime organizado atingia um patamar de ousadia sem precedentes: os acusados de envolvimento no crime são PMs e até um comandante de batalhão.
Mas as crises não se resumem aos órgãos de segurança - e se intensificaram nos últimos três meses. Em junho, a PM entrou em confronto com bombeiros que reivindicavam melhores salários: na tomada do Quartel Central, 439 foram presos . Numa reação intempestiva, pela qual pediu desculpas depois, o governador chamou os manifestantes de vândalos e irresponsáveis. Os bombeiros fizeram incansáveis manifestações e acampamentos.
Ainda em junho, a queda de um helicóptero no Sul da Bahia descortinou as delicadas relações do governador com empresários que mantêm contratos - alguns sem licitação - com o governo. Cabral viajava com Fernando Cavendish, dono da Delta Construções, para a festa de aniversário do empresário, usando um avião emprestado pelo presidente do grupo EBX, Eike Batista . Ao falar sobre a assunto pela primeira vez, duas semanas após o acidente com o helicóptero que transportava parte do grupo, ele rompeu o silêncio e anunciou um novo código de conduta para a administração estadual .
A educação, outra área que já está no terceiro secretário - o primeiro foi Nelson Maculan, substituído por Teresa Porto, trocada por Wilson Risolia - enfrentou uma greve de professores entre junho e agosto . Na quinta-feira, o governador admitiu que errou ao permitir que deputados estaduais continuassem indicando diretores de escolas durante o seu primeiro mandato. Ele afirmou que acabou com essa "prática horrorosa" ao nomear Risolia para o cargo. A indicação de diretores e coordenadores de escola foi um dos motivos que derrubaram Maculan. Ele era contra a interferência de políticos e deixou o governo em 2008.
Em outras duas pastas, no entanto, dois secretários se mantêm estáveis, apesar das turbulências. Nos Transportes, Júlio Lopes não foi exonerado nem mesmo após o acidente com o bonde de Santa Teresa que matou seis pessoas e feriu outras 57 . Na Saúde, Sérgio Côrtes segue no cargo em meio a sucessivos problemas na rede, que custaram este mês a exoneração do diretor do Hospital Getúlio Vargas e do chefe da equipe de plantão do Hospital de Saracuruna .

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