A presidente Dilma Rousseff, a titular da ONU Mulheres, Michelle Bachelet, e a secretária americana de Estado, Hillary Clinton, se uniram nesta segunda-feira nas Nações Unidas para defender a participação feminina na política e a igualdade de gênero.
"Apesar de alguns progressos notáveis, a desigualdade permanece", advertiu a presidente brasileira em uma reunião sobre o tema realizada à margem da Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York, da qual também participou a Alta Representante de Política Externa da União Europeia (UE), Catherine Ashton.
Dilma Rousseff lembrou que as mulheres são as que "mais sofrem com a pobreza extrema, analfabetismo, sistemas de saúde deficitários, conflitos e violência sexual".
Também recebem "salários menores pela mesma atividade profissional" que os homens e têm "presença reduzida nas principais instâncias de decisão".
"A crise econômica global e suas respostas equivocadas podem agravar este cenário", acentuando a pobreza entre as mulheres", assinalou Dilma em referência a atual conjuntura econômica.
A líder brasileira destacou que na quarta-feira se tornará a "primeira mulher na história das Nações Unidas a abrir o debate da Assembleia Geral" e afirmou querer compartilhar esta honra com Bachelet, primeira mulher eleita presidente de um país da América do Sul.
Rousseff afirmou que a criação da ONU Mulheres no ano passado foi um "passo" na ação comum em prol "daquelas que representam mais da metade da humanidade", e mostra que a "questão de gênero é uma prioridade da agenda internacional".
"Com coragem, tenacidade e integridade é possível conquistar nossos sonhos", disse Dilma, provocando aplausos na enorme sala de conferências onde o encontro foi realizado.
Hillary Clinton afirmou que o mundo vive uma era de "participação" graças à Internet e às redes sociais, e assinalou que a sociedade "precisa abrir espaço para que as mulheres desempenhem papéis no processo político".
"Como alguém que tentou ser presidente, é muito alentador ver que vocês finalmente conseguiram isto", brincou Clinton sobre Dilma e Bachelet.
Michelle Bachelet destacou que existem dados que mostram que "os países com maior igualdade de gênero têm um Produto Interno Bruto per capita mais alto e que a liderança das mulheres no setor empresarial resulta em um melhor desempenho".
"A mensagem é clara: não há volta", disse a ex-presidente chilena, citando como exemplo a Primavera Árabe, que "demonstrou ao mundo que as mulheres de todos os países estão preparadas e determinadas para brigar pela democracia".
Já Catherine Ashton estimou que "há um bom começo, mas ainda nos resta um longo caminho pela frente".
Em uma declaração conjunta apresentada hoje, os integrantes da reunião afirmaram que "a participação política das mulheres é fundamental para a democracia e essencial para se obter a paz e o desenvolvimento sustentável".
"Pedimos a todos os Estados, incluindo os que enfrentam conflitos ou atravessam transições políticas, que eliminem todas as barreiras discriminatórias contra as mulheres, em particular as marginalizadas"
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